Mães Atípicas, quem somos??

Mamães especiais, guerreiras, heroínas, abençoadas, iluminadas…, junto a adjetivos como esses, costumam aparecer frases como:

– “Nossa, não sei como você aguenta tudo isso.”, “Meu Deus, que força você tem.”, “Eu não aguentaria.”, “Que sorte ele tem de ter você.”, e é claro, a clássica: “Deus dá filhos especiais a mães especiais.”

Será mesmo???

Meu nome é Michelly Basso, sou mãe de uma criança com desenvolvimento típico e de outra com desenvolvimento atípico e gostaria de desmistificar algumas fantasias sobre as mamães atípicas.

A verdade é que SOMOS MÃES!

E MÃES fazem o que for necessário pelos seus filhos.

Mães costumam ter um imenso instinto de proteção para com seus filhos, costumam cobrar dos filhos aquilo que eles são capazes de dar, permanentemente estão atentas ao desenvolvimento intelectual, motor, emocional e social de seus filhos, não desistem deles, não os abandonam, têm orgulho de quem eles são, sonham com um futuro bom para eles…

Mães atípicas não se diferem em nada nestes quesitos de outras mães.

A força de uma mãe que luta pelo seu filho, sempre será a mesma.

A demanda é que é diferente, a frequência com que ocorrem os desafios…

Nunca me esqueço daquela velha história de uma mãe de 11 filhos, que foi indagada a respeito de por qual filho ela tinha mais preocupação e a qual ela se dedicava mais. E ela respondeu: – “Eu me preocupo e me dedico mais àquele que mais precisar de mim naquele exato momento.”

Isso é real.

Quando paro para pensar qual maternidade é mais fácil, eu realmente não sei responder.

Cada um dos meus filhos tem suas necessidades e capacidades. Cada um deles traz momentos de alegria, orgulho, dor, angústia, medo e diferentes surpresas. Cada um deles, me traz vivências únicas e aprendizados constantes.

Não sou melhor ou pior mãe que outras mães por ter um filho com deficiência.

Talvez a única diferença seja vivências que talvez mães típicas não tenham tido, só isso. O que também naturalmente acontece entre mães só de meninos e mães só de meninas.

Mães de meninos não sabem o que é ficar horas desembaraçando e trançando cabelos, não colecionam laços, não suam colocando uma meia calça em meio metro de perna. Ao passo que mães de meninas dificilmente saberão o que é viajar com 1 Crocs e 1 tênis.

Cada experiência traz conhecimentos diferentes.

Mães atípicas frequentam lugares e conhecem termos que dificilmente uma mãe típica terá familiaridade. A mãe atípica enfrentará lutas que forçarão o desenvolver da resiliência e o hipervalorizar pequenos avanços, como um pulo com os dois pés ao mesmo tempo ou uma palavra nova adquirida aos sete anos.

São vivências diferentes, mas não é um amor diferente.

Somos mães: amamos, sofremos, lutamos, resistimos, enfrentamos, erramos, choramos, nos cansamos…

Mães especiais, não existem.

O que existe são mães, que em determinada fase da vida, precisam mais de apoio, acolhimento, empatia, ajuda e respeito.

Que mães são essas?

As que mais estiverem precisando no momento.

Cuidem de quem cuida. Cuidem das mães, sejam elas típicas ou atípicas.

3 comentários em “Mães Atípicas, quem somos??”

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