Rompendo as Barreiras Atitudinais

A inclusão social tem se consagrado no mundo, especialmente a partir da década de 1980, como lema impulsionador de importantes movimentos sociais e ações políticas. A inclusão é entendida como a participação ativa dos vários grupos que se encontram excluídos da sociedade, seja por cor, raça, religião, gênero, condição física, sensorial ou cognitiva. É desolador saber que em pleno século XXI precisamos lutar por igualdades de direitos e acessibilidade.

É na interação com o outro que nos fazemos mais humanos, aprendemos, construímos conceitos e valores. Muitas pessoas vivem carregadas de pré-conceitos, mitos, estigmas sobre inúmeros assuntos e a deficiência é um deles. Isso acontece quando excluímos ou fazemos restrições à uma pessoa por acreditarmos que ela é deficiente, incapaz ou inválida. Esses sentimentos estão na origem das barreiras atitudinais, as quais frequentemente tornam-se o centro de força para que haja outros tipos de obstáculos impedindo a acessibilidade. BIANCHETTI e FREIRE (2004) afirmam “Não é a distinção física ou sensorial que determina a humanização ou desumanização do homem, mas suas limitações determinadas social e historicamente.

 Já evoluímos muito no conceito de inclusão devido a expansão do movimento, as conquistas legais referentes ao reconhecimento e atendimento às pessoas com deficiências, mas ainda precisamos evoluir na quebra de paradigmas sobre o que é ser deficiente ou não.

Priorizar o direito da pessoa com deficiência é uma necessidade que deve ser respeitada. Viver em uma sociedade inclusiva é um direito de todo ser humano e, portanto deve ser cumprido. Entendemos que não basta apenas a existência de leis, é necessária uma mudança nas atitudes por parte da população.

Baseado em nossas legislações a acessibilidade tem como objetivo garantir condições para que a pessoa realize as suas atividades diárias com segurança e autonomia, seja total ou assistida, nos espaços urbanos, nas edificações, nos sistemas de transportes e meios de comunicação, que devem estar ao alcance da sociedade em geral. Neste sentido, as barreiras atitudinais impedem e/ou dificultam o processo de inclusão social das pessoas com deficiência.

O que são barreiras atitudinais?

Podemos considerar como barreiras atitudinais a ignorância em reconhecer as capacidades das pessoas, medo, rejeição da pessoa com deficiência, percepção de menos valia, piedade, adoração como herói e exaltação do modelo (considerando a pessoa como um exemplo de superação), efeito de propagação, estereotipo, compensação, negação, substantivação da diferença (pensar na deficiência como uma parte faltante).

Como romper com tais barreiras? Não será preciso ideia mirabolantes, mas sim atitudes e desejos que partam do coração. O desejo de transformar vidas, seja elas acometidas por alguma deficiência ou não. Será preciso conviver e querer estar junto, somente assim romperemos paradigmas e conceitos arcaicos que impedem a inclusão.

É convivendo que enfrentamos o medo do desconhecido, é no diálogo e na convivência constante que aprendemos com o diferente, que nos certificamos que todos somos deficientes, em aspectos ou áreas diversas, mas com nossas limitações e capacidades.

Precisamos sair da zona de conforto e buscar conhecer e aprender mais sobre a inclusão, ter acesso as informações coerentes e que contribuam ao processo da quebra de barreiras e preconceitos.

Devemos reconhecer todo o ativismo e empoderamento das pessoas com deficiências que se encontram em nossa sociedade nas mais diversas áreas: moda, esporte, educação, política entre outras. Temos que mudar nossa visão de normalidade. Quando não conseguimos reconhecer no próximo aspectos positivos e potencialidades, a deficiência acaba sendo nossa e a limitação passa a ser atribuída à sociedade.

Referências

ALVES, F. Inclusão: muitos olhares, vários caminhos e um grande desafio. 5. Ed. Rio de Janeiro: Wak editora, 2012.

BIANCHETTI, Lucidio e FREIRE, Ida Mara (orgs). Um olhar sobre a diferença: Interação, trabalho e cidadania. 6ª ed. São Paulo: Papirus, 2004.

4 comentários em “Rompendo as Barreiras Atitudinais”

  1. Cristiani Lorenzi kiill

    Fabiane parabéns pelo texto. É de extrema importância trazer esse assunto em pauta, pois as barreiras atitudinais são os maiores obstáculos para uma inclusão de verdade! Parabéns ao pernas caipiras por trazer temas e discussões com tamanha relevância em nosso contexto social.

  2. Renata da cunha Navega

    Parabéns Fabi !!!
    Com certeza o conhecimento , juntamente com atitudes simples e de empatia , poderemos acolher , incluir e fazer valer os direitos que cada ser possui .
    Aceitem , olhem e incluam …

    1. É isso aí Renata, quanto mais as pessoas tiverem conhecimento em relação às pessoas com deficiência, mais fácil será o processo de inclusão.

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